segunda-feira, março 03, 2014

Belly - King (1995)





  1. Puberty 
  2. Seal My Fate 
  3. Red 
  4. Silverfish 
  5. Super-conneted 
  6. The Bees 
  7. King 
  8. How They’ll Sleep 
  9. Untitled and Unsung 
10. L’il Ennio  
11. Judas My Heart


Esse foi um dos discos que eu comprei sem conhecer a banda. Não sei se ainda existe quem faça isso, ou até mesmo se algum dia existiu muita gente que o fizesse. Eu tinha (e ainda tenho) o costume de arriscar comprar alguns discos que eu ache que possam ser interessantes e foi o caso deste. Por sorte, ou experiência em fazer esse tipo de seleção (considerando capa, nome da banda e do disco, título das músicas), gostei muito do disco. A banda Belly não teve uma carreira muito longa, esse foi seu segundo e último álbum. Por conveniência considerada como rock alternativo, a banda, na verdade apresenta um rock pop totalmente com cara de rádio e canções com o que se poderia considerar com grande potencial de sucesso para a época. Apesar de originária dos EUA, esse disco alcançou melhor lugar na parada inglesa, e na época, a banda mereceu inclusive elogios de Paul McCartney. Formada pela vocalista, guitarrista e principal compositora da banda Tanya Donelly (ex- Throwing Muses e ex-The Breeders), os irmãos Christopher Gorman na bateria e Thomas Gorman na guitarra e piano, e o baixista e backing vocal Gail Greenwood

Nas onze faixas do disco a banda desfila uma sonoridade direta e vigorosa com belas melodias e letras inteligentes (bem acima do que eu considero a média de letras das bandas americanas que nunca me agradaram muito nesse quesito, com uma ou outra exceção). Produzido pelo mais que calejado na área, Glyn Johns, o disco tem ótima sonoridade. Impressionante como esses gringos realmente dominam o processo de gravação e mixagem, mesmo com várias linhas de guitarras usando os mais diversos efeitos, violões, baixo com fuzz, frequentes mudanças de dinâmica, partes bem diferentes em uma mesma música criando as mais variadas texturas, tudo soa em seu lugar, resultando num conjunto perfeito. 

Considero a primeira metade do disco, na verdade um pouco mais do que a metade, mais exatamente até a faixa sete que dá título ao disco bem superior a seqüência final, aonde as músicas tem aquela cara de “música-para-completar-o-cd”. O disco foi gravado ainda numa fase em que o vinil não tinha perdido quase totalmente o mercado para o advento do CD, responsável por uma grande mudança no modo de se organizar as canções dentro de um disco. Antes, existia a preocupação de se equilibrar as primeiras faixas de cada lado com as canções supostamente melhores, deixando o final de cada lado, especialmente do lado B para as faixas teoricamente mais “fracas” ou com menos potencial de sucesso, com o CD essas faixas mais “fortes” passaram a ser apresentadas em ordem direta, a partir da primeira e é o que parece ter acontecido com esse disco. Apesar do que considero uma queda nessa sequência final do disco, a primeira metade é realmente muito boa e vale o disco.

Sinal dos tempos: ainda está conservado junto com o encarte do disco, um impresso da gravadora que eu acho que já estava extinta na época em que o comprei, com uma pesquisa de mercado para sobre alguns dados pessoais e gostos do ouvinte para receber uma mala direta com os lançamentos da mesma via correio.